quarta-feira, 27 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dark Man



Quando o Adriano Goldman, fotógrafo e grande parceiro,  sugeriu rodarmos este filme no aspecto 2:35 e ainda por cima em 16mm,  achei que talvez ele estivesse indo longe demais. O risco desta combinação, 16mm +  2:35 (aquele quadro mais comprido), é que o resultado final tende a ficar mais granulado do que os filmes granulados que estamos acostumados a ver. Na verdade não é nem um risco, pois acontecerá inexoravelmente, mas mesmo sabendo disso resolvemos encarar.  O grão em 360 virou uma opção estética e não terá volta.  

A minha preocupação na verdade veio mais em função do mercado do que esta questão estética. Gosto de grãos, mas me ocorreu que poderia estar comprometendo a venda do filme com uma textura granulada. Ao conversar com o Andrew, nosso produtor, ele foi muito positivo a respeito e nos incentivou a ir em frente.   Embarcamos convencidos de que grandes atores em cidades como Paris ou Viena, filmados de uma maneira um pouco menos limpa, pode ter seu charme. Uma aposta. 

Como bem observou o Adriano, o que acontece é que há uma onda no mercado de filmes que parecem vídeo games ou desenhos animados de tão nítidos, principalmente os filmes de super-heróis e isso está virando um padrão (algum crítico espertinho diria que são "pornográficos", de tão explícitos). A idéia destes filmes parece ser colocar cada vez mais o espectador dentro do espetáculo, catarse em 3D.
Em 360 tomamos o caminho contrário; a idéia aqui talvez seja colocar o espectador dentro de sua própria cabeça e para fazer isso o grão pode ajudar, já que funciona como uma espécie de véu entre o objeto fotografado e quem está assistindo. Ao escondermos um pouco a imagem estaremos sugerindo mais do que explicitando, deixando um espaço para que o espectador complete em sua cabeça o que não vê na tela. Para um filme sobre emoções, sobre camadas da nossa psique, talvez seja interessante fazer isso. Coincidentemente, esta semana, uma amiga me mandou uma frase do Grande Sertão, Veredas, que me deu mais segurança sobre isso. Riobaldo diz: "Sou um homem ignorante. Gosto de ser. Não é só no escuro que a gente percebe a luzinha dividida? Eu quero ver essas águas a lume de lua..."
Só o que se esconde pode ser revelado. Assim é a poesia. Não?

Sei que isso pode parecer conversa mole para justificar o grão que veremos, mas não é.  Há semanas, Adriano e eu vínhamos tentando esconder um pouco o filme, ao optarmos por enquadramentos onde, às vezes, o que se passa na frente da câmera não está tão explícito. Temos usado o foco ou o desfoque de maneira menos usual; movimentos de câmera nem sempre sincronizados com o movimento dos atores, e ele tem eliminado cada vez mais os refletores do set, a ponto de Jamel Debouze, ator francês com quem acabamos de filmar em Paris, tê-lo apelidado de "Dark Man".
Todos os dias, surpreendido pela falta de equipamento e luz no set, Jamel vinha para o Adriano, na frente de todo mundo e, para a gargalhada geral, perguntava: "Você tem mesmo certeza que já fez isso antes?". Claro que ele tem. 360 não será um filme escuro e nem obscuro, mas não será todo ‘explicadinho’, também. Está saindo com uma simplicidade rigorosa, como é o fotógrafo que está inventando estas imagens. 

Mas meu grande aprendizado em termos de fotografia tem sido mesmo em relação ao tal aspecto 2:35. Passei anos aprendendo que com uma determinada lente, a certa distância, posso enquadrar meio corpo de um ator, por exemplo. Me acostumei com estas composições  em 1:85 e em geral sabia qual lente precisava usar para o que eu buscava. Em 2:35,  uma mesma lente que eu usaria para conseguir um meio corpo acaba enquadrando só o rosto e um pouco de ombro. Neste aspecto é muito difícil enquadrar uma pessoa em pé, pois sempre sobra um monte de área de imagem dos lados e nem sempre há o que colocar ali. Para arquitetura, então, o 2:35  é um inferno. Tentar enquadrar prédios ou paisagens verticais é impossível; isso te obriga a ir muito para trás, e aí seus atores já viraram umas formiguinhas. Por outro lado, o formato funciona muito bem para enquadrar duas pessoas falando em close ao mesmo tempo. Ali cabem duas cabeças e um espaço no meio tranquilamente, e assim pode-se evitar alguns cortes. Foi justamente por termos muitos diálogos neste filme que achei que valia a pena experimentar esta novidade proposta pelo Adriano, fora o prazer de ter que reaprender a enquadrar.

Das poucas coisas que já aprendi sobre mim mesmo, uma delas é a necessidade que tenho de não saber fazer alguma coisa para poder fazer direito. O conforto me deixa preguiçoso, me emburrece; aprendi isso. Melhor não estar muito no controle e andar um pouco em áreas escuras. Acho que, assim como o Riobaldo, eu também quero mais é ver essas águas a lume de lua.

24/04 - Viena



na foto: Adriano Goldman, diretor de fotografia, por Quico Meirelles

quarta-feira, 20 de abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Little Valente Maria

Quando um ator faz uma cena com outro ator, em inglês, diz-se que fulano is "playing against" sicrano. Na verdade, usamos a mesma expressão em português, mas ‘contracenar' não parece uma expressão tão competitiva. Há mesmo uma espécie de luta entre dois atores em cena, como se estivessem brigando para ver quem rouba a cena. Talvez não devessse ser assim, mas esta profissão tem mais relação com uma corrida de obstáculos, ou com uma luta livre, do que se imagina. Sempre pode haver um vencedor e um perdedor. Ser humano não tem jeito. É o que somos.

Visto por este ângulo, me impressionou a tranquilidade com que a Maria Flor embarcou neste seu primeiro projeto falado em inglês. Não estar trabalhando em sua mátria, como diria o poeta, é como entrar numa raia onde sua posição de largada está 10 metros atrás do outro ator "contra" quem se vai atuar. Quando este outro ator é um medalhista, então, a coisa fica mais difícil ainda. Mas a Flor foi valente e enfrentou 16 páginas com Antony Hopkins, ou com Ben Foster, bravamente e se saiu bem. Muito bem!

Não bastassem as dificuldades expostas acima, ainda houveram outros obstáculos para ela. Como já contei aqui, Ben Foster não quis conhecer a Maria Flor antes de rodar suas cenas com ela, pois seus personagens também não se conheciam. A primeira cena rodada juntos foi praticamente o primeiro encontro dos dois atores. Eles haviam dito boa-noite uma semana antes, e só. Para complicar ainda mais a vida da atriz, combinei que rodaria só a primeira parte desta primeira cena entre eles, mas na traição, pedi para o Ben entrar em quadro e continuasse a cena surpreendendo-a com o encontro inesperado, assim como acontece na história. Reconheço que a idéia de surpreendê-la foi meio tola, uma vez que ambos são bons atores e poderiam facilmente interpretar a surpresa, mas o fato é que funcionou. Rodamos outras tomadas depois desta experiência estabanada, mas acho que a eletricidade do encontro está mesmo naquele primeiro ‘take’. A montagem dirá.

Neste dia, a sequência toda da Flor com o Ben Foster foi meio rodada como um jogo. Na continuação desta mesma cena, também sem avisá-la, Ben levantou-se de sua cadeira e pediu que ela trocasse de lugar com ele. Ela não entendeu o que estava acontecendo, assim como a sua personagem não deveria entender este pedido estranho, que nem estava no roteiro, mas entrou no jogo, acatou a ordem e nunca perdeu o texto, nem saiu do personagem. Simplesmente saiu tocando a bola como um Neymar. Na terceira parte da cena foi a vez dela surpreendê-lo. Ela me pediu para não cortar a câmera onde estava previsto e deixá-la tocar o diálogo sem ele saber. Ben percebeu logo a jogada e embarcou sem vacilar. Ambos estavam tão dentro dos seus personagens que só mesmo o grito de corta, como uma estalada do dedo de um hipnotizador, conseguia tirá-los daquele mundo onde estavam. Me envolvi tanto com a tensão e as variações de climas que eles traziam em cada tomada, que quando vi já havíamos rodado quase 3 horas de material com as duas câmeras. Para uma cena de uns 3 ou 4 minutos isso é bem ridículo, reconheço.

Na semana seguinte foram as cenas da Flor com Anthony Hopkins. Aí não houveram surpresas, mas a dificuldade da Flor talvez tenha sido ainda maior pois Hopkins estava tão dentro do seu personagem que mesmo quando estava falando com ela parecia estar mais focado nos sentimentos do John, que interpretava, do que no que ela dizia. Entendi ali o que disse o Moritz sobre ter que atuar sozinho. Hopkins estava lá defendendo seu personagem, fazendo seu trabalho. Ela que trabalhasse para salvar o seu. Jogo para gigantes. Hoje, recebi um email dele que dizia: "I enjoyed playing with little Maria - she is so talented and beautiful".

Apesar de contracenar com dois atores brilhantes, talvez a melhor cena da Maria Flor, no filme, seja um momento em que ela, sozinha, chora dentro de um banheiro de avião. Rodamos apenas dois ‘takes’ e nem teria sido preciso o segundo, se não quiséssemos trocar de lente, pois no primeiro, parte da equipe já disfarçava as lágrimas ao vê-la. Quando um maquinista é visto discretamente enxugando os olhos, significa que alguma coisa aconteceu no set. No dia seguinte o Peter (roteirista), que recebe o material filmado por email todos os dias, mandou uma mensagem cumprimentando-a. Para mim acrescentou: 'Esta garota vai virar uma estrela internacional'. É bem possível. Hoje, a Flor está em Los Angeles se reunindo com diferentes produtores já interessados em conhecê-la para seus projetos.

É questão de tempo, acredito. Pouco tempo.

Ponto para "little Maria".

terça-feira, 12 de abril de 2011

Tony & Flor


Vídeo enviado por Quico Meirelles, integrante do núcleo de fotografia do filme "360".

segunda-feira, 11 de abril de 2011

One Take Tony

Maria Flor e Anthony Hopkins em filmagem de "360"

Anthony Hopkins havia acabado de chegar em Londres e me disseram que ele estava em seu trailer experimentando figurino. Então, saí do set para ir dar um ‘alô’ e fingir que entendo alguma coisa de roupas. Depois da prova, engatamos uma conversa até baterem na porta. Fui abrí-la e era o Jude Law, com quem filmaria a primeira cena daquele dia, que apareceu para dar um alô também. Jude viu o Anthony no fundo do trailer e entrou direto para abraçá-lo, passando por mim sem me enxergar. Trocaram algumas palavras e, só então, o Tony (como todos o chamam aqui) fez um gesto educado, movimentando-se para me colocar na roda. Foi só aí que o Jude, de fato, me viu e consertou a situação com um charme inglês bem humorado. Conto essa bobagem só para revelar o quão forte é a presença deste Tony. Na tela, assim como no trailer, os olhos dos espectadores tendem a ir direto para ele e tudo mais desaparece. Num intervalo de filmagem, cheguei a perguntar de onde viria este tipo de carisma? Sua teoria é que a atração que exerce vem de sua insegurança ou desconforto em estar diante da câmera. Há sempre alguma fragilidade nesta tensão, ele diz, e é daí que pode vir o interesse para quem o vê. Contou que Peter O'Toole, também um desajeitado segundo o próprio julgamento, defendia esta mesma tese a respeito dos benefícios do desconforto que sentia ao atuar.

Fico imaginando o quão difícil deve ser contracenar com alguém carismático assim. Em “360”, quase todas as cenas de Anthony Hopkins são com a Maria Flor, que tem, portanto, um difícil trabalho pela frente. Talvez, por saber disso, ela estava ansiosa para conhecê-lo. Dois dias antes de rodarmos, nos reunimos para falarmos sobre as cenas que faríamos juntos. Não seria um ensaio, (parece que os atores deste filme não são muito chegados a ensaios, eu que me adapte), mas apenas uma conversa, com uma rápida leitura das falas, feita numa mesa mesmo, só para checarmos se nós três estávamos fazendo o mesmo filme. 

Passamos ligeiros por todos os diálogos até chegarmos na última cena, a única que ele fará sem a Flor mas aparentemente, a que mais lhe interessa. É uma cena numa reunião do AA. Só ao falarmos sobre ela compreendi o enorme interesse de Hopkins em interpretar este papel. No primeiro dia que o encontrei ele já havia dito que em “360” não gostaria de interpretar ninguém. Queria ser ele mesmo. Seu personagem não representa grandes desafios para um ator com a sua experiência, e seu cachê em “360”, imagino eu, está abaixo dos seus parâmetros normais. Então foi justamente para poder contar um lado da sua própria história que ele entrou tão entusiasmado neste filme. 

Tony, assim como seu personagem, não bebe ha 35 anos, mas conhece bem este universo e pediu licença para acrescentar no seu texto uma história pessoal, e transformadora, que viveu ha décadas atrás. Criou a fala e repetiu, para mim e para a Flor, algumas vezes, de maneira diferente, até acharmos o lugar certo onde deveria entrar. O parágrafo criado, acabou sendo uma espécie de chave que faz muito sentido para quase todos os outros personagens deste filme (e custará 12 reais, em média, para quem quiser saber qual é). De qualquer maneira, ele contou aquela história com tamanha verdade, que ao sair da sala a Flor não segurou algumas lágrimas. Ao filmarmos a mesma cena na semana passada, ele se deixou levar, e com a câmera rodando, acrescentou ainda outras tantas histórias ligadas ao tema. Criou assim um problema para o Daniel, montador, que vai ter problemas para saber o que cortar. 

No final, a sorte será nossa, dos espectadores, que nos sentiremos tocados ao vê-lo na tela. Me coloco do lado dos espectadores aqui, pois nesta cena foi realmente o que fiz. Não fiz quase nada, além de dizer 'ação’ e ‘corta’, e assistir o que ele fazia. Meu único mérito foi perceber logo que o melhor que eu poderia fazer era tentar não atrapalhar. Neste dia, o Peter Morgan, roteirista, estava no set e o ajudou à achar as passagens do seu texto pessoal para o texto que estava escrito no roteiro, o que ele fez com arte. Ia do texto improvisado do Tony para o texto escrito do John como um ‘Chick Corea’ que volta ao tema depois de um solo.

E por falar no ‘Chick Corea’, num outro intervalo de filmagem, Hopkins me contou que é bom pianista e compositor, escreve para orquestra. Me mostrou algumas músicas que fez para um filme que dirigiu então, num impulso, sem consultar os produtores, convidei-o para compor a trilha para o seu personagem no filme. Para a minha surpresa ele aceitou imediatamente e já combinamos de como faremos todo o processo de mandar a montagem, receber provas, etc. No dia seguinte ao seu último dia de filmagem, ele pediu para arrumarem um estúdio aqui em Londres e gravou duas peças tocando violão para usarmos como referência na montagem.  

O rapaz está começando, temos que dar oportunidades para os novos talentos,
 justifiquei para o Andrew, nosso produtor.

(One Take Tony foi o apelido que ganhou por sempre acertar o tom do seu personagem na  primeira tomada)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Bota para Dentro

Conhecidos por sua culinária internacionalmente questionável, os ingleses honram sua tradição em 360.
 
Você confiaria num catering cujo o nome, numa tradução livre é : "Bota para dentro"?
 
 
imagem do set de filmagem do dia 5/04
Foto:  Quico.

terça-feira, 5 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ben Foster

Havia encontrado o Ben Foster num jantar, há uma semana, mas era um lugar barulhento e uma mesa cheia de gente, então, não conseguimos conversar muito. Ontem, ele passou pelo set para dar um alô, mas nossa primeira reunião de trabalho foi nesta manhã de folga. Se a idéia de que 360 parece um filme-taxi fizer algum sentido Ben é o próximo passageiro nesta viagem.
Não conversamos diretamente sobre processo de trabalho, mas nem foi preciso para saber que ele faz parte do time de atores que trabalham de dentro para fora. Method Acting aparentemente, se é que exista uma definição clara para isso, mas é um processo oposto ao de Moritz Blertreu, que saltou deste taxi ontem à noite e voltou para Hamburgo.
Convidei o Ben Foster para fazer o Tyler depois de assisti-lo em "Alphadog", "3:10 to Yuma " e "O Mensageiro". É um ator baixo, magro, mas com uma presença magnética e um olhar intenso. Seu papel no filme é o de um "sex offender". Trocamos apenas alguns emails antes dele vir dos EUA; ao chegar em Londres apareceu com um corte de cabelo igual ao de um garoto que está preso por abuso sexual encontrado na internet em suas pesquisas. Ontem, no set, veio com o casaco que o personagem vai usar; ele não quer se sentir fantasiado, imagino; então o melhor é se acostumar com o casaco de couro vagabundo.

Ben tem ficado sozinho em Londres, focado no universo que vai viver. Pediu uma reunião com um terapeuta de agressores sexuais e já sabe muito a respeito deste mundo, pois também leu artigos e entrevistas com ex-presidiários. No filme não ha nenhuma referência ao passado de Tyler, mas ele criou um e me contou a história de como o seu personagem foi parar na prisão. Ótima história, aliás; dava um curta. Amanhã, ele vai se encontrar com a Marianne Jean Baptiste, atriz que fará a terapeuta com quem Tyler trabalha há sete anos, mas eles não vão ler o texto, a idéia é apenas ficar mais próximo dela para criar algumas pontes que possa ajudá-los no dia da filmagem. Nada de ensaios para eles. Marianne me escreveu dizendo que também prefere trabalhar de dentro para fora e está feliz com o encontro. Em relação à Maria Flor, com quem ele faz a maior parte de suas cenas, Ben preferiu só encontrar para valer no dia da filmagem, quando rodaremos o momento em que os dois personagens se vêem pela primeira vez. Maria Flor gostou da idéia e está feliz em entrar neste jogo. Não há como estes detalhes na preparação do personagem, que inclui ainda, escolha cuidadosa de figurino, tatuagens e até acento, não ajudá-lo em seu desempenho diante da câmera. Neste processo, Ben apareceu com algumas idéias tão preciosas que agora me sinto forçado a escrever algumas cenas para poder incorporá-las. Não sei se entrarão na montagem final, mas certamente ao rodá-las estarei mais dentro da cabeça deste garoto de Louisiana.

No meio da nossa conversa, muito abertamente, Ben falou sobre algumas passagens duras da sua vida, problemas na adolescência, padrões familiares, experiências difíceis. Só ao caminhar de volta para o meu apartamento , depois do encontro, me veio uma dúvida: Ao dizer que "com 15 anos ele fez isso ou aquilo", a quem estaria se referindo, estaria falando sobre o Ben Foster ou sobre o Tyler ? Se a idéia deste processo é tentar viver o personagem, definitivamente funcionou, pois nem sentado num bar de hotel, por alguns momentos, consegui saber quem estava na minha frente.

Tyler é um papel pequeno, como todos os outros neste filme, mas isso não impede um grande ator de defendê-lo como se defendesse a área numa final de Copa do Mundo. E ainda me pagam para fazer parte disso.
Que sorte poder viver deste trabalho, senhores.

Londres - 27/03